terça-feira, fevereiro 17, 2009

alma de papel




Entre a espada e a parede
Entre o que me impõem viver
E o que a minha alma sente
Entre a lágrima e o sorriso
Entre o ganhar e o perder
Entre o silêncio e o grito

Entre a fome e a fartura
A sanidade e a loucura

Entre os teus braços
E o teu adeus
Tantos sonhos
Nunca meus

Tantos poemas rasgados
Tantas palavras esquecidas
Tantos olhos fechados
Entre o que fui e o que sou
Entre a contenda e a rendição
Todo o tempo me levou

Entre aspas, entre parentes
Sou o que sou, sou o que sentes

Entre os teus beijos
E o teu regaço
Passam meus sonhos
Fica o meu traço

Entre a espada e a parede
Vivo que vou somente
Neste poema que rasgo

É assim a minha alma
Que te entrego em pedacinhos
Num devaneio de papel

Junta-os todos, que eles juntinhos
Sou eu todo, à flor da pele…

jorge@ntunes

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