quarta-feira, dezembro 05, 2007

rabiscos




Faltam-me as palavras
Falta-me o pensamento
Hoje o que escrevo é forçado
É imposição do Tempo

Hoje não me sinto a sentir
Tudo me soa uniformemente vago
Hoje as rimas que escrevo
São meros sonhos que apago

Rabiscos do meu desassossego
Inquietude que me adormece
Os sentidos, os desejos
A vida que me apetece

Não sinto em mim o real
E a realidade não pode ser isto
Escrevo porque já nada sou
Apenas me resta o que existo

Sou metáfora da alucinação
Utopia da racionalidade
Que a espaços acorda e sente
E logo se apaga saudade

E como em cada poema
No final de cada verso
Sou as palavras que escrevo
Sou as lágrimas que lhes presto

jorge@ntunes

1 comentário:

Anónimo disse...

Maravilhoso!Quem me dera ter esta capacidade de escrever tão bem assim.Às vezes sinto tua alma falando,cantando,e às vezes chorando,mas o importante é que continue a fazer o que você mais sente prazer.Concorda?
Nota-se o quanto és dedicado em tudo que escreve.Posso te dizer que admiro demais o teu estilo de trabalho.É fantástico!!!Mesmo te faltando palavras,pensamento, ADOREI!

Muitos beijinhos pra ti :)

AVANTE!

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