sexta-feira, julho 30, 2010

vendo bem




Vendo bem
Ninguém é de ninguém
Pois a vida quando vem
É uma só e não dura

Vendo bem
Não há nada nem ninguém
Que não reine para além
Apenas da sua candura

Vendo bem
Ninguém se vende também
Apenas se entrega a alguém
Enquanto crê

Vendo bem
Só por desdém
Alguém se julga de alguém
Na cegueira em que se vê

Vendo bem
A vida é só um fardo
A melodia de um fado
Que no vento se desnuda

Vendo bem
É um destino marcado
Um momento encenado
Um instante de loucura

jorge@ntunes

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