domingo, julho 25, 2010

grito




Temo os lugares vazios
Que amo
Como quem teme a própria vida
E cansado da noite, nem sonhe o dia
Nem tão pouco arrisque o desengano

Temo as palavras
Que dito
Na folha de papel imaculada
Ou nesse nada
Que é meu grito

Temo que temer me enlouqueça
A calma
E o corpo se revele efémero
E arda no céu ou no inferno
Da minha alma

Temo até o que não temo
Temer
Como ultima graça
Nesta hora gasta
A escrever

Um tremor
Que anseia amor
Mas não deseja

O que teme
Quando ao leme
Naufraga em dor

jorge@ntunes

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