sábado, junho 05, 2010
trilogia do mar/tempo
O tempo é só a vida
Depois é o vazio do tempo
E entre esses dois vazios
Paira um vago momento
O mar as estrelas
O perfume da rosa
A lágrima o sorriso
Tudo é vaga glória
Quiçá te encontre
No tempo, um dia
Entre o mar e o momento
Nesse vazio da vida
E percorra as estrelas
E todos os perfumes da terra
Deixe meu corpo infinito
Nu, reclamando a espera
Do teu corpo mortal
Da tua efémera vontade
Da tua sede de vida
Da minha eterna saudade
Depois, o vazio, o caos
O silêncio da vida
E entre os vazios
O tempo da despedida
O ocaso da última luz
A semente do vento
A poisar ao acaso
Na vida, no tempo…
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Tanto mar no horizonte
A carpir destinos nas vagas
Tanta espuma nessas areias
Onde gaivotas deixam as asas
Que o voo é só um sonho
E só o sonho voa
O mar é todo um sonho
Todo meu sonho que ecoa
Lá a roçar meu corpo
Meu íntimo voraz
Minha gaivota sem terra
Meu voo incapaz
Poisa em mim o mar
Apenas hoje me poisa
E tudo é apenas sonho
Nessa gaivota que eu fora…
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Como sepultura o mar
Apenas ele meu leito
De vida, de morte
De devaneio
Apenas o mar
As profundezas do que não sei
Do que apenas sonho
Se sonhando realmente sonhei
Só o mar, apenas o mar
Me toma derradeiro
Mortal, vicioso
Olhar primeiro
Paixão desmedida
Ciúme eterno
Apenas o mar, só o mar
Doce, severo…
Sepultura ou vida
Na mesma medida
Na mesma grandeza
Meu leito de noite e dia
Sal da minha desdita
Sorriso da minha tristeza…
jorge@ntunes
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