quarta-feira, agosto 04, 2010
sensações
Tenho sempre a sensação das sensações
Que não vivo
Como se preso à terra
A sinta
Mas não saiba dela
Como se numa aparente ternura
Tomasse em meus braços
A sanidade e a loucura
Como meros rasgos
De uma existência qualquer
Como se homem ou mulher
Não lhes distinguisse os traços
Obviamente incompreensíveis
Mas que teimam tomarem-se
Irreconhecíveis
Ao tacto
Tenho como certeza
O facto
Da incerteza
E de todas as coisas que sinto
A contradição
Da vera ilusão
Sou tão céptico
Quanto o mais crente dos profetas
Sou as crateras
Onde todo o ego
Embate
Apenas para seu desgaste...
Nunca acordo para saber do dia
Basta-me a sensação
De vida
Olho-me nos olhos
Para te ver
Fecho-os
Para morrer
Em ti, um instante
E tu quem és?
Essa raiz a meus pés
Esses ramos entrelaçados
No tempo
A balançarem
Folhas ao vento
Por instinto
De toda a sensação
Das sensações
Que sinto…
Mas pouco importa
Há sempre uma hora de equilíbrio
A hora de quando, tenho a sensação
Das sensações
Que não vivo…
POETIK
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1 comentário:
nossa, esse poema está perfeito, e cheio de dualidade: homem e mulher, loucura e sanidade, certeza e dúvida... você os define e os une nos versos.
great!
http://terza-rima.blogspot.com/
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