domingo, abril 18, 2010
poema
Sem as palavras sou um pouco mais vazio
Sou um pouco mais que o eu que sofre
No entanto são de lágrimas as palavras
Do homem feliz que em mim dorme
Não sei de palavras enaltecidas
Pela nobreza da virtude
Todas as minhas palavras
São fracasso, inquietude
Talvez já não exista como poeta
Não, neste tempo de agora
Um tempo onde já se não dita
A solidão que se chora
Já não é moda a palavra sofrida
Moda é, o que nos eleva
Poema é o que se vende a troco
De se matar o poeta
Não importa. Não me importa!
Se leigamente não sou moda
Se sem métrica me descrevo
Outra palavra, outra hora
Outro poeta, outra glória
Há-de escrever meu degredo
Sem palavras nada sou
E eu sou meras palavras
Se não sou poeta nem poema
Sei que sou, só estas lágrimas
Que esse homem feliz que dorme
É só um sonho que sonhei meu
Um sonho que me consome
Um poema mais que aconteceu
Um desses poemas banais
Que há muito passou de moda
Que já não desperta sentidos
Mas que só assim, me acorda…
jorge@ntunes
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3 comentários:
Soubera eu recitar
esse único poema banal
que te acorda!
Um poema com palavras banais
que uma e outra vez te digo
sem récitas...
Que de banal têm apenas
o serem elas próprias
mas não o sentido.
Belíssimas poesias. Gostei deste lugar.
Incrivel!
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