sábado, setembro 12, 2009

letargia




Vela a sepultura dos teus sonhos
Herege cobarde, insano profeta
A tua desgraça assombra a alma
Do profundo e brando poeta

Para que vives se te aconchega a morte?
Deixa para os que sonham, a vida
Deixa para os que vivem a sorte

Não há neste mundo lugar para ti
Este é um mundo de palavras reais
Aqui, não há actos humanos
Profanos, fatais…

Aqui vive apenas quem nunca acordou
Quem no seu sono criou
O paraíso na terra
A paixão de quantos amou

Aqui a guerra é de flores e versos
De prosas e utopias
Aqui não mora a descrença
Ou a apatia dos teus dias

Morre! Se tens de morrer sem chama
Sem as asas da Fénix libertadora
Crava teu corpo na terra que te clama
Estremece! Perante a pena sonhadora…

jorge@antunes

2 comentários:

Geminiana disse...

Forte,sincero,verdadeiro,bem escrito,mas muito triste...como sempre.PARABÉNS!

Beijinhos mil:)

Fica bem

@lexis disse...

Enquanto te lia pela segunda vez, como é meu hábito, imaginava-te a ler este poema do alto de uma rocha com pose de Poeta, perna esquerda elevada apoiada noutra rocha, mão no peito para que o coração não fuja e cabeça ao alto saindo da boca esta torrente de palavras que faz parte da lista das muitas poesias tuas que gosto (das que já li até hoje). Mereces tudo de bom homem da minha vida.

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