sábado, junho 06, 2009

o outro lado do tempo




Virá o tempo dizer-me
Dizer-me que não há tempo
Virá quem sabe uma hora
Que eu ande perdido no vento

Talvez ande de namoro
Com a lua ou uma estrela
Talvez eu ande, amando
Cada coisa, de só vê-la

Mas o tempo não tem tempo
De parar a lucidez
Nem as rugas, nem as curvas
Deste corpo, penoso de languidez

Mas eu andarei nas nuvens
Perdido por entre sonos
Poemas que são o vento
O vento que é meus sonhos

E o tempo sempre a chamar
A enjeitar meu novo leito
Olho nos olhos o tempo
Mas, só o sinto em meu peito

Eu vivo e viverei
Leve o tempo o que me levar
Enquanto eu andar no vento
Viverei em algum olhar…

jorge@ntunes

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