terça-feira, fevereiro 03, 2009

sombras





Sombra apática a do universo
Que me talha a existência
Que me molda cada verso
Cada gesto que me pensa

Tudo é enormemente pequeno
Eu, o universo, a fobia
Tanto que não cabe num pensamento
Tanto que não cabe numa só vida

E vago da minha vulgaridade
Sinto coisas sem sentido
Misto de fado e saudade
Retalhos de um sonho perdido

Apático, sombra que sou do universo
A talhar-me em cada verso
Enormemente pequeno

Despojado de todo o verbo
Grito só, a céu aberto
Meu sonho, jamais sereno

jorge@ntunes

2 comentários:

Anónimo disse...

A enormidade dos teus sentimentos não cabem na tua existência

A imensidão do meu amor por ti não cabe na palavra AMO-TE

Eme disse...

Despojado de verbos deve ser das coisas que não lhe assentam, quando os dedos soltam assim poemas diariamente. É de afortunado possuir assim uma fonte inesgotável. Tomara o mesmo a quem tantas vezes luta contra de DESinspiração.

abraço

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