sábado, janeiro 19, 2008

banco de jardim




Neste banco de jardim
Fora do mundo
Preso a mim
Ou à impossibilidade de o ser

Reparto a minha alma
Por quem segue
Não vendo ninguém
Quem lhes pede
Que me aponte o Eu
Que ousei perder

A minha mão estendida
Vagueia por todo o jardim
Na mendicidade silenciosa
De quem pede tortuosa
O conciso sentido de mim

Segue quem passa
Indiferente
Seguem porque passam e são gente

E gente tem mais que pensar

Eu fico de mão estendida
Neste banco de jardim
Sentindo o mundo
Sem o tocar

E nesta desordem cósmica
Neste murmúrio sem fim
Sinto-me dentro do mundo
Mas sempre longe de mim

jorge@ntunes

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu querido,muito bonito...apesar de triste e solitário...desta vez,não te vejo triste.Por alguns instante, fechei meus olhos, pude imaginar vc sentado, neste banco de jardim, cantando um fado para mim... e eu a apreciar a blz da tua voz.Que bom se não fosse apenas um sonho.
Muitooooo lindooooo!!!Parabéns!
Amei! Amei! Amei!

ADORO-TE!

Doces e ternos beijinhos :)

Anónimo disse...

por vezes tb me sento no banco do jardim mas nada acontece nos ... solitarios somos assim de muitos que ja li este e lindo apessar da tristeza que transparece...p...

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