terça-feira, novembro 20, 2007

trapézio do tempo



A Brisa da manhã
Desperta-me...
Acorda-me meigamente
Os sentidos
Como a fazer-me acreditar
Que há no gesto verdade

O Mar, ao longe sussurra
Apenas sussurra...
E chamo-lhe saudade...

O Sol, ainda discreto
Repousa no paredão
De concreto

Parede que se eleva
Indiferente
À rudeza da sua existência

Aves pairam
Por lugares intocáveis

Ilusoriamente ou não
Poisam
No vazio
Entre o Céu e a Terra

Magnificência!!!...

Uma aparência de chuva
Achega-se à minha janela
Como a querer ser minha...
... Como se eu, não fosse já dela...

Embate e esbate-se
Lágrimas na vidraça
Como se as que acometem o meu rosto
Fossem nada...

O relógio, inconscientemente
Marca o Tempo que o manda
Tempo que rege os sonhos
Para os escorraçar um dia em debandada

Hoje, como ontem
Como num breve amanhã
O mesmo compasso
Sequela... Eco...
Algo que de eterno
Foi esquecido

A Brisa da manhã
O Mar
O Sol
A Chuva
O Tempo...

Tudo voltará

Mesmo quando o relógio
Na sua indiferença marcar
O Tempo que não me volta
O Tempo que já não me reste ficar

jorge@ntunes

3 comentários:

Anónimo disse...

estou com saudade! quando vamos nos falar hein?

Anónimo disse...

Magnifico...

Sem palavras.

Beijos

Anónimo disse...

Divina beleza de um cenário real, quase tocável...

Esplêndido!!

Esta é a primeira vez que te visito.
Amei tudo o que vi por aqui.

Beijos

Related Posts with Thumbnails