sexta-feira, maio 12, 2006

pesadelo



Quantas lágrimas seriam precisas para encherem o vazio desta saudade que sinto?
Nunca o saberei. Não sei o tamanho desse vazio, nem tão pouco sei quando deixarei de chorar.
Tento encher de palavras os espaços inertes deixados plos teus silêncios. Palavras tão ocas quanto o tua compreensão.
Lembro-me de uma vez, ao voar em redor dos teus sonhos, quase poisar sobre ti. Mas fugiste. Voaste longe, mais longe que o limite das minhas forças.
Ainda tentei num ultimo gesto de heroísmo, num vão momento de morte gloriosa, gritar: amo-te!!!
Mas foi um nevoeiro traiçoeiro, que me envolveu, foi um abismo que se me estendeu.
Tudo foi maior do que eu. Tudo, menos a vontade, o desejo...

Sinto-te, suor frio, febre e loucura. Sinto-te para lá de mim...

Depois de ti o que ficou, foi a indescritível permanência da dor. A dor física da alma em chaga, latente. Tatuagem, que na carne queima de uma obstinação pujante.

Não me ouves pois não?!!!
Já nem sabes o meu nome ou a minha forma...
E eu, que ainda seguro nos meus braços, bem junto do meu peito, o que resta do teu calor que docemente repousa na nossa cama.

Quantas lágrimas ainda até acordar deste pesadelo que me embriaga e consome?
Quanto tempo mais esta tontura da tortura de não acordar?

Ouviste-me amor?
És tu que me tocas e acordas da vida?
És tu que a meu lado sorris?
És tu que me afagas o rosto e com palavras doces que mal ouço e me acalmas?
São tuas as mãos, amor, que me amparam?
És tu esta paz que sinto a chegar-me?
É o teu beijo que me seca a ultima lágrima que teima deixar-me?

És tu sim...
Quem me acorda deste sonho mau...

Acorda-me sempre, sempre, sempre...
... Para todo o sempre...


jorge@ntunes

1 comentário:

Andreia disse...

Lindissimo..

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