domingo, abril 09, 2006

hora-mutante




Ocasionalmente desencadeio-me, descarrilando
Sem noção pratica do caos em que vou
E praticamente deixo de ser
Não vazio, mas cheio de nada
Do imenso que sou

Deixo de sentir o chão sob os pés
Deixo os pés as mãos e todas essas
Coisas carnais em mim
Tudo fica para trás, espalhado
Reduzido ao inevitável fim

Os meus olhos são agora as estrelas
A minha alma um buraco negro
Sorvendo o que paira no universo (meu corpo)
E dessa fome de louco
Nasce outra vida outro segredo

Sabe-me a pouco a noite eterna
Nela não fico senão um instante
O tempo de lhe dar um arco- íris
Um imenso big-ben... hora-mutante

jorge@ntunes

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