domingo, agosto 28, 2011

manto de sombras




Não digas nada
Que lá fora as sombras sabem
Que a noite diz a verdade
E a lua ilumina a saudade
Que se desenha na estrada

Não digas nada
O silêncio é como um manto
Que me protege da razão
Me dá laivos de ilusão
E no fim me salva,

Da tentação de sentir o rigor
De que aos poetas não cabe o amor
Não cabe a sanidade
Não digas nada
Bebe mais um copo
Que mais logo
A sede será a da eternidade

Não digas nada
Repousa o teu corpo
Sobre esta cama vazia
Espera que nasça o dia
Que nos rasga,

Os sonhos e a carne
Com todos os espinhos que nos cabe
Colher da rosa
Não digas nada
Bebe um pouco mais de mim
Que breve o fim
Me chama, lá fora…

POETIK

1 comentário:

Geminiana disse...

Adorei!Divino o que escreves.

Amo-te ler...

Beijinhos carinhosos:)

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