domingo, outubro 31, 2010


Entrei, apenas para provar um pouco de ti
Tomar-te pelo cálice da vida
E recostado saborear-te
Trago a trago, e em cada um, a despedida

Pões uma música de fundo
E a garrafa do meu lado
A luz impõe-se baixa
Assim manda ouvir-se o Fado

Faz-se um brinde entre nossos olhares
Um trago mais dessas palavras
As que no Fado nos tocam
As que nos tocam caladas

A sede mistura-se com a fome
Num prato frio que serves a tempo
De calar outras palavras
Outra fome, outro intento

E o Fado gira num perpétuo movimento
Como o vento que lá fora já fustiga
Os corpos desventurados
As almas da própria vida

É tarde. Quão tarde, pode ser cedo!
E cedo ou tarde se cede
Ao trago de uma vontade
Que se dá, que não se vende…

A garrafa vazia fala
Que é hora de outro fim
De outro vazio a saber
Em lençóis de prazer e cetim

E os corpos sintonizados
Enlaçados nesse quarto
Saciam-se intemporais!
…Tudo é cio, tudo é fado…

POETIK
















2 comentários:

SrtA. L. disse...

Divino!!! Imaginei cada instante do poema...

Me emocionei ao ler... tu sabes como tocar a alma

dosleitores... e com fado não poderia haver

trilha melhor...

Desse jeito, vou virar tua fã n° 1...rsrsrs...

Desejo um ótimo final de semana e que bom que

gostastes do post que te dediquei...

Beijo doce,

;P

Geminiana disse...

O que posso dizer?Lindoooo demais.Estou aqui a sonhar acordada.Adorei!

Beijinhos c/ carinho:)

Related Posts with Thumbnails