quinta-feira, setembro 09, 2010





TRILOGIA DE TUDO E DE NADA (I)


Separo as águas, dos ventos
A morte da vida vã
Separo os risos, dos lamentos
O Ocaso, da manhã

Separo de mim, meus restos
A alma do corpo
Separo a pureza dos dejectos
O são, do louco

E dessa desunião aparente
Observo tão-somente
Quão frágil é a distinção

Nada parece permanente
Na metamorfose de quem sente
Que tudo é só ilusão…



TRILOGIA DE TUDO E DE NADA (II)


O que me prende não faz sentido
Pode ser a corda ou o grito
Pode bem ser, nada ser

Pode ser só o vento
Ou um rasgo de tempo
Que julgo saber

O que me prende e segura
Pode ser só a loucura
De um qualquer fugaz momento

Ou pode bem ser a curva
Do horizonte, que recusa
Vergar-se a moinhos de vento

Pode apenas ser corrente de mar
Uma linha de novelo a flutuar
Em uma mão adormecida…

O que me prende pode bem ser um olhar
Algo até por inventar
Ou quem sabe, a própria vida…



TRILOGIA DE TUDO E DE NADA (III)


Na nave das memórias
Sulcam o mar as histórias
Da história da própria vida

Passagens de certas glórias
Insanas e mórbidas
Que o futuro castiga

Ilusionista conquistador
Dessas coisas do amor
Que não almejou conquistar

Soube-lhe a sal e a dor
Para lá do equador
Terra firme onde aportar

Que tudo se ama e crê
Apenas quando se não vê
Com olhos de ver a alma

E em nenhum livro se lê
A razão ou o porquê
Deste imenso tudo ou nada!!!


POETIK

3 comentários:

sonho disse...

É entre o tudo e o nada que vamos vivendo...e aprendendo...
Beijo d'anjo

Aмbзr Ѽ disse...

tres em um...tudo, nada, e um coração humano.

http://terza-rima.blogspot.com/

Lou Albergaria disse...

Não consigo ter essa distinção tão clara nos seres humanos. Somos tudo e nada ao mesmo tempo. Yin-yang nos formam essa alma infinita e eterna...talvez...

Beijo!

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