sábado, fevereiro 28, 2009

porta




Ainda é cedo
E já o medo
Me embala a hora

Ainda é cedo
E um segredo
Já bate à porta

E quem vem lá?
Se eu não estou cá
Se eu nunca estive

Aqui não há
Outro que vá
Onde eu não vive

Sou aguaceiro
Sou por inteiro
A tempestade

O derradeiro
E o primeiro
Dessa saudade

De já não ser
De já não ver
Quem vai chegar

Primeiro à porta
Primeiro à hora
De me encontrar

E já o medo me embala o berço
Desta manhã

Que cedo esqueço, porque padeço
De ser só eu
A porta vã…

jorge@ntunes

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá.
É engraçado, a "troca" compensada. Foi ao deambular no longínquo dia 31 de Out de 2004, que me fez chegar até ti...
Fui rever dias e sentidos, sentimentos e momentos, memórias enfim...
E lá vi o teu nome, ainda por aqui permaneces, que bom!
O teu sentir é profundo, enleado de uma saudade que se sente fora dessas portas (tuas)...
Parabéns, adorei.
Vou tentar recuperar algum tempo, de tempos,em que uma tristeza me absorveu e não me deixou ver quem me rodeava.
Fica bem.

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