quinta-feira, janeiro 05, 2006
insânia
De que é feito um louco
senão das coisas estranhas ao mundo
se tantas vezes vê um jardim
onde os sãos vêm um lugar imundo
se buscam nos gestos sem sentido
o sentido do que crêem sentir
se não têm vergonha nem medo
de gritar, chorar ou rir
se todos os princípios estabelecidos
lhe soam a ilusão
se toda a aparência
é uma ausência da razão
de que vive um louco
senão do eterno jejum
à usura da vida
que o sacia de lugar nenhum
que se cobre de imaginários
que se despe de censura
que se passeia pla vida
sem destino na procura
que louco é um louco
que possa sonhar ser diferente
que possa querer ser castrado
e ter a forma de gente
que louco é tão louco
assim tão louco
que louco se sente
que se crê demente
no mundo
pois que já não tem cura
tanta loucura
jorge@ntunes
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
É tão bom ser louco...e não querer ter cura. Beijinhos.
Olá Jorge
Belíssimo poema
"Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria"?
(Fernando Pessoa)
Um beijo
Bfs
De sabio e de louco todo o homen tem um pouco ...
Gostei ...
Bjs
sera genio ?
Enviar um comentário