terça-feira, setembro 21, 2010
Alcancei a noite ainda embriagado
Com a febre de algo passado
Que não pude definir
Procurei o teu retrato
Na escuridão do meu quarto
De onde te não vi partir
Junto à janela me sento
Ouvindo apenas o vento
E o murmúrio do mar distante
O céu parece um lamento
Uma lágrima de outro tempo
Uma dor só deste instante
Nas sombras me escondo e refaço
Ou me invento novo traço
Na linha do horizonte
Estou ainda embriagado
Agarrado ao teu retrato
Na sentença que dita a noite
Talvez o dia não pense voltar
E a noite queira ficar
Presa nessa redoma
Perpetuamente a recordar
A noite do meu olhar
A sombra da minha sombra
POETIK
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5 comentários:
Aff me perdir nas linhas, de sua postagem. me vi enbriagada sem volta.
bjs
Insana
Magnífico!!!
Há presente para você no blog da Loba.
E se for na sombra o esconderijo do tempo atrás da cortina de néon
ouro e prata que me furtaram...
Agora estou onde me deixastes:
à sombra das horas do teu amor
que nunca foi meu.
Te beijo, Meu poeta! E te aguardo!
Maravilhoso teu poema!
As sombras, sempre elas ... um pedacinho do meu poema!
"Enquanto a noite engole o dia,
seremos eternos à luz da vela acesa,
que aquece a pele das silhuetas que
sobrevivem na leveza graciosa
do teatro de sombras."
bjs
Lindíssimo poema! Por vezes senti que tinha sido eu que o escrevi...
Lindíssimo poema que fala de sombras... Gosto de sombras! Publiquei um livro de poemas que se intitula "Sombras"...
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