quarta-feira, março 09, 2011


Então a vida é isto? Este suplício de andar?
Este caminhar às avessas
Este lugar de trevas
Este amargo paladar?

Esta ponta de cigarro
Como falo que se extingue
No inferno da carne
Que se impinge

Porque me regem sonhos de vento?
Porque me desinquieta o tempo
E a pena?
Que fado me canta a sorte
Que berço me embala a morte
Voz, outrora serena!

Que importo eu?!
Se meu, fui só um dia?!
Se o universo descansa
Como verso de criança
Que mal sabia?! ...

Que fé desconheço
E aonde me apeteço
Estar?
Que coisas teço
Quando o medo
Me leva ao mar?

E o mar?!
O que é?
Senão abismo sem pé
Como um ventre!
Gélido, gélido…
… Quente! …

Que inferno paralisante! …
Que instante raro de lucidez! …
Que fera, que anjo…
Desta vez? …

Tenho sede, tenho fome…
Apenas não sei
Se de vida, se de morte…

POETIK

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