quinta-feira, abril 07, 2011



Não sei porque chove
Nem porque me molha a chuva
Não sei porque me molho…
Pergunto-me, se saberei que chove…

……….

Espelho deformações e névoas
Imagens invertidas do tempo
Reflexo como que fundido na tela
Lágrima de uma janela
Onde chove e roça o vento

Alucino!
E da febre enganosa, gelo!
Como um “nom de plume
Eternamente no prelo
Fugindo de mim
Fugindo ao destino...

Não sei porque chove
Nem porque me arrasta o vento
Talvez delírio da morte
Ou da vida em que me invento…

Quantas lágrimas fazem a chuva?
E porque dá ela o sopro da vida
A este corpo que se ergue
Carne, sangue, poesia?…

Pergunto-me se saberei que chove
Se é de mim, se é da sorte
Este fado que desnudo
Será vida de outra morte
Que ao passar mal se importe
De ser este nada que é tudo?
........
Fumo mais um cigarro
Onde me afogo e apago
Nas cinzas disto que escrevo
Lá fora, cai um poema
Cai o poeta e a pena
Cai a chuva, cai o vento…

POETIK

1 comentário:

Insana disse...

magico poema

bjs
Insana

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