terça-feira, setembro 23, 2008

à LUZ do silêncio




Não quero memórias passadas
Águas levadas
Em rios já mortos

Não quero histórias contadas
De reis e de fadas
Em fins inglórios

Não quero horas marcadas
Nem prendas caras
Em dias de festa

Não quero formas erradas
Nem beijos nem facas
Na ferida aberta

Não quero amor ao minuto
Nem ódio eterno
Não quero o tempo indefinido e diminuto
Entre o Outono e o Inverno

Não quero abraços encolhidos
Nem sonhos perdidos
De alguém que acordou

Não quero choros escolhidos
Em mares perdidos
Que alguém nem tocou

Não quero a estreia da mentira
Nem o final da verdade
Não quero o sindroma da vida
Que embala a saudade

Não quero que me queiram nunca
Se um dia puderem não me querer
Não quero sentir qualquer morte
Sem poder morrer

Não quero
Tudo o que me quer assim
Como apontamento numa agenda

Quero a liberdade dos sentidos
Sem segundos contidos
Sem limite que me prenda

Faça-se silêncio
Entre a inércia e o acto!!!
Que eu tenho com o tempo um pacto
Onde, nem um, nem outro pode existir

Faça-se silêncio
Ouçam-me, sentir!!!

jorge@ntunes

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails