quarta-feira, abril 09, 2008
sempre que chove...
Sempre que chove
Sempre que o céu se comove
Sempre que a noite me abraça
É no vento, é no vento
Que se perde o pensamento
E breve me cai a máscara
Sempre que chove
Chove em mim
Chove lá fora
Chovem das nuvens passados
Passados que são de agora
E nos vidros da janela
Bate a chuva
E vem com ela
A imagem do teu rosto
A saudade dos teus beijos
O desejo do teu gosto
E rendo-me à chuva que vem
Sabendo ela que mais ninguém
A sente como eu a sinto
E cai sobre este poema
Dissolvendo, o sonho, a pena
E o meu olhar faminto
Quando chove
Chove sempre
Chove sempre em meu peito
Porque o céu chora de ver
O choro em que me deito
Chove sempre
Porque chove
Porque não há noite
Que não me leve...
Nem há dia que me acorde...
jorge@ntunes
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3 comentários:
Ah!Meu querido,que delícia de poema.. que maravilha!!!Estou sentindo o cheirinho da terra molhada.Estou a sonhar acordada...ai,ai,viajando no vento... graças as tuas doces palavras.Queria ,apenas, ter o poder de entrar dentro do teu peito,sentir e desvendar teus segredos.Parabéns por este belíssimo presente!ADORO-TE!!!
Beijinhos c/ carinho :)
Fica na Paz!
Olá Poetik
Um interessante poema, até pela chuva e trovoada que tem passado por Lisboa, neste dez de Abril.
Parece ser fugaz, o que costuma ser o solarengo Abril em Portugal!
Considerações,
Daniel
Muito bonito e bem escrito...O sofrimento, mesmo quando imposto por nós próprios, suscita palavras melodiosas...Às vezes acho que os poetas infligem sofrimento a si próprios para poderem realmente ser poetas.
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