quarta-feira, abril 23, 2008
pedro e inês
De Pedro e Inês
Contou-se uma vez
Uma historia de amor
Inês
Formosa donzela
Que ventos de Castela
Ousaram tocar com primor
Pedro
Infante de Portugal
Que desenhou fatal
Um sonho, um amor, proibido
Um amor
Em nós jamais esquecido
Inês
De linhagem fidalga
Filha de um nobre Galego
Vivia na corte um segredo
Dama de honor
De D. Constança
Esposa, de seu grande amor
E da sua formosura
De seu corpo esculpido
Da lua
O príncipe se enamorou
Dos corações ateados
Caíram-se de amores em braços
Amaram-se, o que ninguém mais se amou
D. Constança com engenho
Arquitectou um plano
Que de pura ilusão concebeu
Pois que Pedro e Inês
Em encontros constantes
Juraram-se amantes
Nada os demoveu
E dos desgostos da vida
Da fraca saúde
Morre de parto
E parte em queixume
Eis que o rei
Afonso IV, de Portugal
Obriga a formosa donzela
Ao exílio em Albuquerque
Na fronteira com Castela
Pretendeu com isto o rei
Esfriar tão vil paixão
Mas nem de Pedro nem de Inês
Conseguiu a castração
E na lonjura dos corpos
No afastamento dos beijos
Trocavam, Pedro e Inês
Cartas de amor e desejos
E nada terreno esfriou
Aquela paixão tão ardente
Nem homens, nem reis, nem Deuses
Tornaria aquele amor decadente
E tal a força desse esse amor
Que contra a vontade de seu pai
Manda que regresse sua amada
E em Coimbra de novo em seus braços cai
O rei, não querendo uma contenda
Continha-se apesar da afronta
E foram assim tempos felizes
Os dos enamorados, sem conta
E à beira de um Mondego
Que os viu felizes sorrirem
Viu desse amor os rebentos
Que doces ousaram florir
Mas Pedro tivera de D. Constança
Aquele que um dia deveria reinar
Infante Fernando de sua graça
Pois que se temia já
Que sendo Inês um dia rainha
Se perdesse a soberania
Do reino de Portugal
E Pedro que nada sabia
Da tragédia que se previa
Desde o primórdio dos tempos
Naqueles primeiros dias de Janeiro
Saiu na sua caçada de montaria
Como levado plos ventos
E ao cair da noite
Veio Pedro a encontrar
No leito de sua morte
A sua Inês, que a má sorte
O não mais deixou amar
E na dor que o consumia
Na ferocidade que o minava
Levantou Trás-os-Montes
E Douro
Contra o pai, pois que ele, sua amada matara
E não fosse sua mãe
A rogar-lhe em jeito de perdão
E não prometesse Pedro
Perdoar seus inimigos
Seria um dia rei
De tão grandiosa nação
Mas Pedro logo esqueceu
O perdão que prometera
Assim que tomou seu trono
E nos passos de Santarém
Com tais requintes de horror
Mandou a todos matar
Seus corações arrancarem
Ali os amaldiçoou, trincou
Por ódio do seu amor
E cinco anos passados da morte de sua amada
Mandou o rei construir na igreja do mosteiro de Alcobaça
Dois imponentes túmulos
Para junto dela ficar
Depois da morte o levar
E de Coimbra partiu o corpo
De Inês a caminho do mosteiro
A seu lado o seu amado
Logo atrás um reino inteiro
E no seu ultimo adeus
À mulher que mais amou
Conta a lenda que D. Pedro
Inês, rainha coroou
E a toda a nobreza do reino
Obrigou
Que lhe beijassem a mão real
E Pedro fez de Inês sua rainha
Rainha de Portugal...
jorge@ntunes
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3 comentários:
Eu já li "Pedro e Inês"...
Beijos no teu coração
...belo poema de um dos mais intensos capítulos da história "dramática" deste país que se faz de fados
bom fim de semana
beijos
Uma linda história de amor...eu já tinha conhecimento,mas escrita por ti ficou mais emocionante.Divinal!
Parabéns!
ADORO-TE
Bjs :)
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