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Que coisas mortas são estas que vivem em mim,
Ao redor de mim?
Por tudo, com tudo, em tudo?...
Que eternidades me esperam no vazio?
Mãe... Sinto frio...
Antes acreditava... Porque não sabia...
Antes... Viver, era, depois de me sentir,
Nos teus braços adormecer
Era sem saber... Morrer...
Vivi a morte no conto de fadas ameno e doce
De uma Primavera que nunca veio
Fui belo, único...
Fui rei, no trono do teu seio
Amamentado dos teus sonhos, sonhei...
Aqui, não há nada mãe... Nada, do que o teu olhar
Me prometeu
Aqui, há, apenas, uma coisa viva
Que não sabe que morreu
Já não me sobras... senão no sonho e no conto de fadas
Nesta morte, já não és viva
E só tu eras em mim
O adormecer da desdita
Amaste-me...
Pois não sabias mais nada...
Do teu amor sobrou
Este que sou,
Em busca de uma alma
Mãe...
Tenho frio...
Sinto-me nu...
E tu?
Vives ainda as nossas horas?
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac...
Saudades... Tão mortas…
Deixas-te em mim uma fé que não me pertence
E amo-te por isso
Um dia, talvez, venha a ser o que preciso...
Um dia, como em ti,
Não me sobre apenas a realidade...
Não me reste apenas,
A Humanidade...
jorge@ntunes
3 comentários:
Definitivamente belo demais! Beijos.
A mim também me fizes-te chorar...
E ainda choro...
1 beijo
Um poema muito saudoso.Lindo demais!!!Somente você com esta capacidade pode escrever uma coisa tão bela...Parabéns!
Um beijinho de quem te adoro:)
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