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Ocasionalmente desencadeio-me, descarrilando
Sem noção pratica do caos em que vou
E praticamente deixo de ser
Não vazio, mas cheio de nada
Do imenso que sou
Deixo de sentir o chão sob os pés
Deixo os pés as mãos e todas essas
Coisas carnais em mim
Tudo fica para trás, espalhado
Reduzido ao inevitável fim
Os meus olhos são agora as estrelas
A minha alma um buraco negro
Sorvendo o que paira no universo (meu corpo)
E dessa fome de louco
Nasce outra vida outro segredo
Sabe-me a pouco a noite eterna
Nela não fico senão um instante
O tempo de lhe dar um arco- íris
Um imenso big-ben... hora-mutante
jorge@ntunes
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