Entrei, apenas para provar um pouco de ti
Tomar-te pelo cálice da vida
E recostado saborear-te
Trago a trago, e em cada um, a despedida
Pões uma música de fundo
E a garrafa do meu lado
A luz impõe-se baixa
Assim manda ouvir-se o Fado
Faz-se um brinde entre nossos olhares
Um trago mais dessas palavras
As que no Fado nos tocam
As que nos tocam caladas
A sede mistura-se com a fome
Num prato frio que serves a tempo
De calar outras palavras
Outra fome, outro intento
E o Fado gira num perpétuo movimento
Como o vento que lá fora já fustiga
Os corpos desventurados
As almas da própria vida
É tarde. Quão tarde, pode ser cedo!
E cedo ou tarde se cede
Ao trago de uma vontade
Que se dá, que não se vende…
A garrafa vazia fala
Que é hora de outro fim
De outro vazio a saber
Em lençóis de prazer e cetim
E os corpos sintonizados
Enlaçados nesse quarto
Saciam-se intemporais!
…Tudo é cio, tudo é fado…
POETIK
2 comentários:
Divino!!! Imaginei cada instante do poema...
Me emocionei ao ler... tu sabes como tocar a alma
dosleitores... e com fado não poderia haver
trilha melhor...
Desse jeito, vou virar tua fã n° 1...rsrsrs...
Desejo um ótimo final de semana e que bom que
gostastes do post que te dediquei...
Beijo doce,
;P
O que posso dizer?Lindoooo demais.Estou aqui a sonhar acordada.Adorei!
Beijinhos c/ carinho:)
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