terça-feira, setembro 30, 2008

lua





Saio à rua, por sair
Sem saber para onde ir
Sem saber se vou tampouco

Saio à rua, sem me vestir
De vontade de sentir
Este mundo frágil e louco

Cruzo o meu olhar no teu
E já não sei se sou eu
Ou de ti, esta vontade

Ou se a rua concebeu
Um caminho que é só meu
À medida da tua verdade

Voas, pelas ruas do meu tempo
A poisar no meu lamento
De não ter forma de voar

Soas, ao meu ouvido como vento
Quando em meus braços te prendo
E me foges sem voltar

Saio à rua
Nesta hora triste e escura
Sem saber para onde ir
A ver-te no sonho a chegar
A ver-te na rua a partir

E a lua
É agora a minha rua
O lugar onde passa tudo o que sou

E eu, sem saber tampouco
Se este olhar frágil e louco
Algum dia em ti ficou

Saio à rua, já vestido
Ainda com menos sentido
Da vontade de sentir

Saio à rua, só, mais perdido
O tempo está mais polido
E saio, só por sair…

jorge@ntunes

2 comentários:

Anónimo disse...

Tanto no sonho como na realidade
Eu estou aqui
... e fico

Entre voar pelas ruas e aterrar em ti
Eu permaneço
... sem dúvidas

Entre o partir e o voltar
Eu fico
... contigo

Entre o teu olhar e o meu
Somos um só
... sempre!

Anónimo disse...

Maravilhoso!Lindos versos,pena que chego tarde,pois meu dia torna-se mais prazeroso quando leio-te.Amei!
Parabéns!Continue aí na companhia da lua e pode se considerar um privilegiado,pois nem isso estou tendo (hehe).Nem a lua nem o sol e nem vc.É muito triste :(
Beijinhos ternos e carinhosos!
Fica na Paz!

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