sexta-feira, agosto 29, 2008

cruz





Permitam-me as palavras.
Da vida, os poemas e as prosas
Deixem-me tocar o corpo da alma
Beijar o perfume das rosas

Deixem-me correr nas veias as rimas
Os sonhos que ninguém alcança
Permitam nas meras palavras
Em mim, a eterna criança

Abdiquem um instante que seja
Da humanidade que vos minou
Deixem correr em vós a lágrima
Do sonho que vos sonhou

Não me joguem as vossas pedras
Que elas são areias ao vento
E passam breves, nos intervalos
Das glórias em que me invento

Como vós também já morro
Já padeço de existir
Mas sou também os poemas
As prosas, de me sentir

Permitam-me acreditar
Escrever, sentir, respirar
Cada palavra que dito

Que eu hei-de partir a sonhar
Prosas, poemas e o mar
Deste sonho em que acredito

E se vos parecer por demais estranho
Este existir que não tenho
Mas que escrevo sem saber

É porque estou, mas não venho
Desse sonho imenso e estranho
De me sentir ao escrever

jorge@ntunes

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei!Muito lindo o que escreves.
Fica bem...fica na Paz!
Bjsss

Anónimo disse...

um dos meus preferidos!

bj

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