terça-feira, março 04, 2008

Crucifixão




À deriva, no acto consciente
A ver-me lá ao fundo, permanente

Os sentidos aguçados
Humilhados

De rastos

Corpo de serpente

Rodeado
Do riso, de quem ri de si
Na inconsciência

A virtude imaculada
Tão suja, tão gasta

Que descartam
No primeiro
Que ousar
Usar-se verdadeiro


Cada riso, mais longe
Cada olhar, mais distante
Cada pedra, mais dilacerante

Cada morte, mais pujante


À deriva
Do que chamam sonho
Do que chamam vida

O sangue a mistura-se com lágrimas
A voz a morrer na imensa surdez

O homem a marcar o homem
Rejeitando a sua vez


De rastos
Largando a pele pelo caminho
Seca, gasta, acabada

E lá longe já perceptível
O mesmo sóbrio destino

Suspenso

Na cruz inacabada

jorge@ntunes

3 comentários:

Anónimo disse...

Meu querido, francamente,vejo em ti muita tristeza.Não vale a pena ficar se crucificando.JESUS já sofreu na cruz por você.Ânimo!
Esse desânimo não vai somar nada à tua vida...tens que saborear e desfrutar,apesar dos pesares.Vais levar mais um puxão de orelha da mana,para parar de ser negativo.Ela não gosta de te ver triste e Eu muito menos.Viva feliz.Ame-se..o amor é com certeza inprescindível para nutrir a alma.ADORO-TE!

Beijinhos iluminados:)

Ficas na Paz!

Dark-me disse...

Destino, é destino!!

Carrega a tua cruz q eu carrego a minha :))

Dark kiss

Paula Raposo disse...

Triste...

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